quinta-feira, março 15, 2007

Fazendo um balanço...

Fazendo um balanço...

Incrível como as pessoas ainda me perguntam sobre minha saída da empresa. Talvez eu esteja sendo até repetitivo quanto a este assunto, mas algumas pessoas ainda não entenderam e outras já preferem lançar boatos a respeito. Pra dar um basta nisso tudo, eis minha posição...
Já não é de hoje que venho dizendo que minha frustração está totalmente relacionada com minha profissão. Todos sabem que a música está no meu sangue desde pequeno, e que torna-se impossível sobreviver nos dias de hoje somente desta atividade. Por estar no ramo do comércio a algum tempo, optei então em dar seguimento a esta profissão. Então eu penso que já que estou neste ramo, por quê não dar o melhor de si? E não é só na profissão, dar o melhor faz parte do meu ser, em todos os assuntos que me cercam. Ou seja no trabalho, no amor, no lazer, etc...
A hora agora é de pura reflexão, de parar para pensar e refletir sobre o que passou durante estes meus dois anos que estive na empresa. A hora é de descanso também, de colocar a cabeça no lugar, tomar fôlego e partir rumo a um novo caminho.
Não sei se a decisão foi a mais correta, mas penso que se não arriscarmos, não chegamos a lugar algum e ficamos parados no mesmo lugar. Se eu não arriscasse não estaria aqui hoje...
CASAS BAHIA foi uma experiência e tanto na minha vida, aprendi muito, errei muito e agora só me resta usar em meu benefício todas as lições que aprendi e procurar não cometer os mesmos erros novamente.
A questão é que a empresa passa por mudanças e o salário vem decaindo no decorrer destes últimos meses. Não estou aqui pra defamar a empresa, muito pelo contrário, apenas estou expondo uma realidade que pra mim é muito clara mas que para outros parece não ter afetado em nada. Ou não afetou estas pessoas em nada ou elas se subestimam a ponto de acharem que ali é o ponto máximo a ser alcançado e que novas portas não se abririam jamais. Na minha concepção isso é pensar pequeno, é não ter confiança em si mesmo, ou até ser um tanto quanto acomodado. Eu particularmente sei da minha capacidade, sei o que posso. Há quem diga ainda que é preciso ter sorte, mas acho que quando se persegue algo com persistência e luta, chega-se ao objetivo.
Quando entrei na empresa, logo nos primeiros meses já era possível estabilizar-se de acordo com a remuneração da época, elevando-se então a um certo padrão de vida que hoje, através de tantas mudanças, não é mais possível.
Mas talvez o maior erro que eu tenha cometido foi me envolver sentimentalmente com uma pessoa do próprio trabalho. Não pela pessoa, mas pela situação em que nos encontrávamos, afinal de contas todo mundo sabe que é proibido relacionamentos dentro da empresa.
Já falei sobre este assunto em outros tópicos (vejam os tópicos anteriores: ''AMORES, PAIXÕES OU FURACÕES'', ''SAIBA QUANDO ESTÁ APAIXONADO'' e ''O AMOR É CEGO'' ) e reforço aqui mais uma vez este assunto.
Todos na empresa que me conhecem sabem o quanto gostei de uma certa pessoa, e sou homem o suficiente de admitir que ainda não a esqueci. Seria um tanto quanto covarde eu negar tal fato ou simplesmente estaria querendo enganar a si mesmo. Aconteceu muito rápido, foi inevitável e quando me dei por conta estava totalmente tomado por um sentimento muito forte e verdadeiro, sentimento este que esteve longe de mim por muito tempo. O engraçado é que percebi o quanto incomodávamos algumas pessoas que sabiam que estávamos juntos, era como se causássemos inveja pra muita gente. Mas para o "alívio" destas pessoas não durou muito. Talvez tenha sido melhor assim...
Admito também que um dos motivos de minha saída teria sido por causa desta pessoa, afinal de contas tal acontecimento tomou proporções enormes a ponto de me deixar totalmente perdido e transtornado, totalmente sem condições de me concentrar 100% em meu trabalho. O clima acabou ficando estranho entre nós, já não nos falávamos mais e mal nos cumprimentávamos.
Na verdade eu a evitava, achei que assim seria um meio mais rápido de tirá-la de minha cabeça, talvez ela não entenda esta minha maneira de agir, só espero que um dia ela possa ler isto ou que alguém veja e comente com ela.
Sou da paz, gosto de estar de bem com todo mundo, não guardo rancores dela, sei que não mandamos em nosso coração e se o dela não me escolheu, fazer o quê, paciência... Se pudéssemos escolher, óbviamente que eu escolheria alguém que sentisse o mesmo por mim, sendo algo recíproco.
Minha conciência está tranquila, fui homem, cavalheiro, verdadeiro, e joguei limpo. Se ela não foi assim, só me resta a decepção... Procuro acreditar que não estava preparada para receber todo o meu amor e carinho que tinha a dar pra ela, talvez por imaturidade até, quem sabe... Procuro também não querer ficar tentando achar motivos ou respostas; as vezes pensamos que o problema é com a gente mesmo e no final das contas a pessoa problemática é a que com quem nos envolvemos. A pergunta "Onde foi que eu errei?'' está fora de cogitação, pois penso que o amor quando é verdadeiro é recíproco e qualquer erro ou atitude equivocada são facilmente relevados e não se tornam barreiras ou obstáculos.
Espero ter sido muito claro em relação a minha saída da empresa e por fim gostaria de terminar este tópico com uma frase do grande gênio Paulo Coelho:

"Quando alguém encontra seu caminho, precisa ter coragem suficiente para dar passos errados. As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada."

Só espero ter encontrado o caminho certo, a estrada certa, na hora certa...

Grande abraço à todos os meus colegas de trabalho e à esta pessoa que me fez feliz por um tempo! Valeu a pena ter conhecido todos vocês...

Ricardo M. Freire